Terceiro dia de FliConquista tem bate papo com o professor e humorista que contou, de forma descontraída, detalhes do movimento que não estão presentes nos livros de história
O terceiro dia da FliConquista (17) contou com a participação do professor e humorista Matheus Buente, para um bate papo sobre a história da independência da Bahia. O professor, que veio de Salvador para o evento, destacou a importância da primeira feira literaria de Vitória da Conquista. “Conquista é uma cidade gigantesca na região,estava faltando um evento como esse nessa cidade tão grande. É muito importante receber autores, artistas e poder ter a oportunidade revisitar um pouco da história”, afirmou Matheus.
Durante o bate papo, Matheus contou em detalhes e com muito bom humor a história da Independência da Bahia, que, para ele, é a verdadeira independência do Brasil. “A independência do Brasil não foi feita por um homem montado em um cavalo branco, foi feita por pessoas comuns, como eu e você”. O professor destacou no bate papo nomes importantes de pessoas de vários lugares da Bahia que fizeram a diferença durante o conflito com os portugueses e que não são citados nos livros de história.
“Garanto que, assim como eu, vários de vocês têm mais de 30 anos e não ouviram essas histórias quando estavam na escola. Por isso, é importante nos apropriarmos dessa história e contá-la para geração que está por vir, mesmo que o livro didático não a ensine. É muito importante que as nossas meninas cresçam sabendo quem foi Maria Quitéria e Maria Felipa. É muito importante que nossas mulheres, mesmo que religiosas, saibam quem foi Joana Angélica. É muito importante que nossos amigos negros saibam que dentro da capoeira existe um elemento de resistência que vai muito além de simplesmente lutar ou tocar um atabaque e um berimbau”, destacou o educador.
Matheus também respondeu algumas perguntas feitas pelo público e ressaltou a importância do povo baiano abraçar e se orgulhar da sua história e também repercuti-la. “A história da Bahia é maravilhosa. A gente precisa se apropriar dessa história. Percebam que o Brasil não é um país que surge da benevolência europeia, ele surge por conta de pessoas comuns que fizeram a diferença”, ressaltou Matheus.
Para o administrador Fabrício Prado, que estava presente no bate papo, é necessário haver um resgate da cultura baiana. “Precisamos ter momentos como esse, proporcionado pela FliConquista. Momentos que resgatam a nossa cultura, a nossa história, para que a gente saiba como ela realmente aconteceu. Não a história que está nos livros, mas a história real”, afirmou Fabrício.
Já a para a bióloga Ana Paula, Matheus trouxe, de uma forma descontraída, aspectos importantes que fazem parte da história do Brasil. “É necessário que tenhamos esse tipo de encontro para que possamos aprender e refletir sobre a nossa história, precisamos ter esse pertencimento e nos apropriar dela”, afirmou Ana Paula.
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação é completamente gratuita.
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Texto: Rebeca Spínola.
Fotos: Gabriela Nascimento.