O escritor conquistense Nélio Silzantov, um dos 10 finalistas no prêmio Jabuti 2023 na categoria Contos, com o livro “Br2466: ou a pátria que os pariu”, participou da primeira edição da Feira Literária de Vitória da Conquista.
Além de integrar conversas e debates literáros, Nélio lançou seu mais novo romance “A Finitude das Coisas”, durante a sessão de lançamentos coletivos Mistérios da vida e morte, na sexta-feira (17). Em seu novo romance, Vitória da Conquista também é personagem. A trama se passa na urbanidade do sertão baiano carregada de cultura underground e filosofia.
Nélio afirma enxergar a FliConquista como um marco na história da literatura conquistense, por ter a possibilidade de promover a interação entre o público leitor, as obras e os escritores.
“Eu desejo que essa não seja apenas a primeira mas que venham outras edições da Fliconquista, para criarmos uma rede de leitores, escritores e obras literárias.”
Escritor discute os caminhos da publicação na FliConquista
Na tarde deste sábado (18) no espaço do Programa Nacional de Incentivo à Leitura (Proler), em parceria com o Programa de Biblioteca Comunitária Donaraça, aconteceu a roda de conversa ‘Literatura em Rede: tecnologias midiáticas e caminhos caminhos de publicações’, na Feira Literária de Vitória da Conquista (Fliconquista).
O intuito desse encontro foi proporcionar um espaço de diálogos acerca das inovações tecnológicas, e as ferramentas digitais e suas constantes mudanças em relação à esfera literária.
A atividade teve a mediação do Psicólogo e coordenador da Biblioteca Comunitária Donaraça, Josué Brito. Para ele estar participando da Fliconquista é um momento muito contente “Pra mim é uma grande alegria participar dessa mesa, e a temática dela tem um papel relevante. Os participantes da mesa desenvolvem trabalho na mídia, alinhados com trabalhos voltados para literatura.”
A economista e mestranda em Letras, Fernanda Silva de Moraes, recebeu o convite para compor a mesa da Juliana e do Josué, que são os administradores e fundadores da Biblioteca Donaraça. Por realizar trabalhos que permeiam as tecnologias digitais, Fernanda prontamente aceitou o convite.
“Hoje a gente vai falar um pouco sobre a importância das redes sociais, o modo como os autores e as autoras estão utilizando essa tecnologia, essas ferramentas e como os leitores e como eles podem acessar esse conteúdo de uma forma mais imediata a partir da utilização desses instrumentos.”
Durante o bate papo, a economista salientou que as tecnologias são ferramentas que podem e devem ser usadas para um maior acesso aos meios culturais, como a literatura, por exemplo. Porém, por entender as possíveis problemáticas que a limitação da utilização de apenas e unicamente os trâmites tecnológicos, a mestranda em letras salienta que é necessário uma dosagem equilibrada no uso dos dois âmbitos.
“Também é muito importante lembrar que a gente pode acessar as redes sociais com tantos outros e outras propostas, outros objetivos, mas que a leitura deve e pode continuar sendo feita de forma analógica.”
Fernanda salienta que a democratização ao acesso a livros físicos é uma questão a ser debatida e possivelmente solucionada. “ Há dez anos atrás, existia um grupo de pessoas que não tinha acesso a livros físicos. Hoje essas pessoas continuam não tendo acesso aos livros físicos.”
Outro debatedor da roda de conversa foi o professor de Filosofia, autor e escritor indicado à semifinal do Prêmio Jabuti 2023, Nélio Silzantov.
O professor fala como foi a escolha do tema para ser debatido. “Abordar literatura em rede que é um tipo de conteúdo que eu e a Fernanda desenvolvemos, seria um bom caminho para partimos para uma conversa mais ampla, pensando na tecnologia como ferramenta de divulgação da literatura.”
Para o autor, a literatura a partir das mídias sociais permite um vasto leque de vasta possibilidades e alcance a novos leitores, uma ferramenta de democratização da literatura. “É perceptível tanto a atuação de críticos profissionais como de pessoas comuns que criam canais digitais para uma maior divulgação dos seus trabalhos e aproximação das pessoas.”
Ator e professor Luiz D’Luzia salienta sua opinião sobre a atividade. “A mesa foi excelente, a participação das bibliotecas comunitárias está sendo incrível. As falas de Fernanda e Nélio trouxeram contribuições muito ricas para gente foi muito bom mesmo.”
A roda de conversa teceu uma perspectiva de junção dos meios tecnológicos em relação à literatura. Com as abordagens corretas, a democratização do acesso à cultura é uma perspectiva a ser conquistada com êxito.
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação é completamente gratuita.
Para acompanhar todas as atualizações e informações sobre a FliConquista, siga o evento no Instagram.
Texto: Raquel Soreira. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Fotos: Gabriela Nascimento.