Doutor em educação musical, Marcos de Sousa Ferreira rege coral acapella e realiza uma linda apresentação musical
No último dia da Feira Literária de Vitória da Conquista (Fliconquista), no domingo (19) às 12h, o Madrigal do IFBA realizou uma apresentação musical tocante no auditório do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima.
Compondo a programação das atividades de encerramento da primeira edição da Fliconquista, o coral Madrigal do IFBA executou um repertório emocionante. De acordo com o doutor em educação musical e maestro do grupo, Marcos de Sousa Ferreira, o repertório foi construído com base nos 15 anos de estrada que a companhia está completando. “Quando percebemos a chegada da Feira, queríamos muito nos apresentar aqui e ficamos extremamente honrados pelo convite. Este é um espaço de reflexão”, afirmou Marcos.
Para a composição do repertório, o regente fez questão de trazer muita brasilidade. “Trazemos vários artistas no nosso repertório como, por exemplo, Gilberto Gil e Dorival Caymmi, que são dois importantes nomes da música brasileira, com enfoque na musicalidade baiana. Estamos tentando dialogar um pouco a poesia brasileira com a música e a arte do coral.”
O regente espera que a música consiga trazer uma atmosfera leve para as pessoas. “Estamos vivendo um momento histórico de muita tensão, calor absurdo, adoecimento mental. Então, esperamos que nossa música traga um pouco de tranquilidade.”
Para Marcos de Sousa, atualmente vivemos em um mundo muito individualista. Ele salienta o desafio de trazer o protagonismo da música para o coletivo. “A música coral traz essa particularidade de conectar as pessoas. Ali, o indivíduo entende que não está solista e que as pessoas não estão solistas no mundo também. Nosso mundo é plural e diverso”.
A integrante do coral Madrigal IFBA Rita Pereira expressa sua realização em participar do grupo. “Cantar em coral é tudo na minha vida, um absoluto deleite e um intenso prazer. Cnto no Madrigal há 15 anos, desde sua fundação.’’
Com a música presente em toda sua vida, a cantora acredita que, através da música, é possível estabelecer relações de afeto. “Através do coral é possível ter participação ativa na comunidade. Ali temos um sentimento de cumplicidade e contrução coletiva que acredito só ser possível mediado pela arte”, afirma Rita. “Eu recebo com muito carinho o convite de estar aqui na Fliconquista e espero que ela seja duradoura, participar dessa edição é maravilhoso. A programação é diversa e abrange todos os públicos”, completa.
José Raimundo Calazans faz parte do coral há muito tempo, mas ainda se sente ansioso antes de subir ao palco “Sempre dá aquele frio na barriga, não tem jeito”. Para ele, o intuito da apresentação é levar muita música e cultura para as pessoas. “Estamos tentando levar música sacras, eruditas e populares para que as pessoas tenham conhecimento do que seja um coral.”
Também integrante do coral, Robson Damasceno crê que se a plateia conseguir sentir um pouco do que ele sente quando canta, a emoção transbordará. “Acredito que se a plateia sentir 10% do que sentimos quando cantamos, da emoção que sentimos, eles vão sair bastante preenchidos.”
Presidente da Academia de Letras de Conquista, Elvarlinda Jardim assistiu a apresentação musical do Madrigal do IFBA e destaca o quanto gostou do espetáculo. “Magnífica apresentação. Fiquei verdadeiramente encantada. Há muito tempo não tenho a oportunidade de ouvir música desse nível, cantada por um coral muito bem preparado”. A presidente também destacou a importância da música nos eventos culturais. “É necessário que a literatura, música e poesia se alinhem. É isso que enriquece os eventos culturais.”
A aposentada Simaria Barreto conta que o convite para assistir a apresentação veio do seu filho, uma oportunidade que a deixou feliz. “Muito maravilhoso, não sou de Conquista, estou a passeio na cidade e recebi o convite de assistir à apresentação. Não tenho palavras para descrever o quão incrível foi, espero que continue assim, estão de parabéns.”
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação é completamente gratuita.
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Texto: Raquel Soreira. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Fotos: Vinícius Brito.