Carla Chastinet, Marcos Cajé e Emile Lima encantam os pequenos leitores na manhã de quinta-feira (14)
“Um livro é um sonho que você segura na mão”. — Neil Gaiman
A literatura é a palavra que conecta a vida à emoção, despertando curiosidade e encantamento no coração. Foi assim que as histórias contadas ao pé do ouvido por Carla Chastinet, Marcos Cajé e Emile Lima levaram a criançada a um mergulho profundo no universo da imaginação, abordando temas como ancestralidade, além da valorização da escuta e do diálogo, na manhã do segundo dia da Fliconquistinha, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima.
Para Carla Chastinet, a Feira Literária de Vitória da Conquista se consolida como uma tradição importante na formação sócio-cultural de adultos, idosos, jovens e crianças. “É muito gratificante transformar vivências em histórias que não apenas abrem a mente, mas também geram entretenimento. É uma oportunidade de dar visibilidade tanto ao contador de histórias quanto ao autor”, afirmou.
Com leveza e animação, o escritor de literatura afro-fantástica e afetiva Marcos Cajé apresentou a história de Imani, uma menina cega que vive em um quilombo sustentável e tem o sonho de aprender a rodar capoeira. No livro, ela participa de uma competição onde todos duvidam de sua persistência. “Ao vencer o festival de capoeira, a menina dos olhos ancestrais nos mostra que podemos enxergar com todos os nossos sentidos e que todas as crianças são livres, inclusive aquelas com algum tipo de deficiência”, explicou Cajé.
Alunos de escolas e creches da cidade estiveram presentes nas atividades, que incluíam brincadeiras, momentos musicais, dança e sorteio de livros. A pequena Eva Santos, de cinco anos, veio pela primeira vez à Fliconquistinha e disse ter se divertido: “Foi muito legal, eu gostei bastante e quero voltar de novo.”
Com a narrativa de Leo, o Camaleão, Emile Lima destacou que a literatura é “imaginação, fonte de criatividade e uma possibilidade para todas as pessoas”, ensinando sobre as etapas do processo de alfabetização emocional, por meio do autoconhecimento e do cultivo das relações. “Desde cedo, é fundamental educar promovendo a escuta no universo das infâncias”, ressaltou.
O dia também foi marcado pela cor da solidariedade. Bernardo Ramos, de seis anos, estudante da Creche União e Força, foi sorteado com um livro, mas decidiu doá-lo ao seu amigo. “Eu gosto de ler, os livros me chamaram a atenção. Eu ganhei um, mas dei para meu amigo porque ele não tinha”, disse ele com simplicidade e alegria no rosto.
* A Feira Literária de Vitória da Conquista (2024), realizada entre os dias 13 e 17 de novembro, conta com o patrocínio do Governo Federal e do Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/ Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, e apoio do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima e da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Texto: Rafaella Leite
Fotos: Igor Chaves