“Gosto muito mais de dizer que sou Brasil do que sou brasileiro. Ser do Brasil significa ter raízes profundas, significa ser Pau Brasil”.
Daniel Munduruku
Ancestralidade, liberdade, ensinamentos e muita literatura, foi o tom da conversa com o professor, escritor e ator Daniel Munduruku, na Conversa Literária na tarde desta quinta-feira (16), no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. “A palavra índio não diz o que somos. Não diz o que fazemos, apenas nos generaliza”.
Com riqueza de vida e saberes, o escritor expressou sua satisfação de estar presente na primeira feira Literária de Vitória da Conquista, representando e dando espaço à voz e à literatura indígena. “Essa festa literária traz o cenário da própria reflexão, traz o livro como instrumento crucial na formação de consciência crítica. Hoje, represento a literatura dos povos originários e digo para todos que o povo indígena tem o que contribuir e dizer sobre uma identidade brasileira que ainda tem muito a conquistar junto às suas narrativas ancestrais”.
Ad Novaes não escondeu sua emoção ao prestigiar a primorosa conversa dominada pelo ator e escritor. A designer não poupou esforços e elogios ao falar do artista e, ainda, enfatizou a necessidade de eventos como a FliConquista . “O que falar de Daniel Munduruku… Para mim, ele é uma potência, já o conhecia antes e fiz questão de estar aqui hoje. Acho importante a feira trazer falas como a de Daniel, pois precisamos ouvir sobre essas outras vivências. Quando escutamos toda sabedoria da vocação da ancestralidade, é emocionante”.
O professor Paulo Henrique prestigiou e contou como a escolha do tema conectou é importante para as lutas dos nossos povos em nossa cultura. “O evento é um grande marco. A palestra de hoje fala justamente dos povos originários, representando exatamente o tema da FliConquista, ‘Literatura e Liberdade’. É a liberdade de expressão e a liberdade de mostrar outras culturas”.
“O Brasil precisa olhar o seu passado para entender o seu lugar no mundo Não saber que o país é diverso é ficar na escuridão”. Foi assim de forma sublime e honrosa que Daniel Munduruku finalizou a nossa primeira Conversa Literária.
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação da FliConquista é completamente gratuita.
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Texto: Edilaine Rocha. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Fotos: Vinícius Brito