Nesta sexta-feira (17), Zezé Motta trouxe sua grandiosidade e seu talento para abrilhantar ainda mais a primeira edição da FliConquista.
“Ela é Pérola negra, ela é uma atriz, ela é uma cantora brasileira ,mais de 50 filmes rodados, mais de 15 discos gravados. Considerada uma das maiores artistas desse país, expoente da cultura afro-brasileira, ela é linda, ela é maravilhosa, ela é Zezé Motta”.
Foi com esse lindo discurso do professor e comunicador Adão Albuquerque que a grandiosa Zezé Motta adentrou não só o palco como os quase dois mil corações que estavam no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, nesta sexta-feira (17), na primeira edição da Feira Literária de Vitória da Conquista.
Maria José Motta de Oliveira, conhecida como Zezé Motta, é uma das maiores artistas do Brasil. Ela é atriz, cantora brasileira e símbolo da cultura afro-brasileiro. Tanto no cinema quanto na televisão, ao longo de sua carreira, Zezé quebra barreiras, destacando as diversas facetas do protagonismo feminino e negro na cena artística nacional. Seu talento notável e trajetória servem de inspiração para as gerações presentes e futuras de mulheres que batalham por espaço.
A noite de sexta-feira se tornou muito mais especial e representativa com seu espetáculo “Atendendo a Pedidos”, que foi dedicado ao seu público. A artista revela que essa ideia surgiu decorrente dos pedidos que os fãs faziam em suas apresentações. “O atendendo a pedidos foi exatamente feito para o público que gosta do meu trabalho, que conhece o meu repertório. Todo lugar que a gente viajou durante muitos anos, a gente foi anotando os pedidos, quando a gente homenageava o Melodia, eles pediam uma coisa do Caetano. Quando homenageava o Caetano, eles pediam uma coisa do Gil. Quando homenageia Elizete Cardoso, pediam outra coisa do Chico. A gente foi anotando tudo isso e daí nasceu atendendo a pedidos.”
O repertório do espetáculo foi diverso e contou com 11 canções que fizeram o público vibrar intensamente. Dentre as músicas estão:, Muito Prazer, Zezé; Coroa; Tigresa; Magrelinha; Dores de Amores; Senhora Liberdade; Pecado Original; Missão; Estácio; Pérola Negra e Chega de Saudade.
O espetáculo se alternou entre as músicas e bate-papo com Adão Albuquerque. Durante a conversa, a artista relatou a sua jornada na arte, como atriz e cantora, revelou que seu pai era cantor e que esse foi um grande incentivo para ela quando criança. Além disso, Zezé revela a importância de ter sido Xica da Silva. Para ela, a personagem foi um divisor de águas em sua vida. “Posso dividir minha vida antes e depois de Xica da Silva. Eu participei de um teste com mais de 30 artistas. Depois que voltei da Bahia, eu estava almoçando, o telefone tocou e alguém falou: Boa tarde Xica da Silva. Eu quase desmaiei.”
Diante dessas nuances, a plateia estava sensibilizada e cheia de luz. Cada palavra proferida pela a artista era como um conforto aos corações. Um desses corações era o da estudante Fernanda Vitória, que se inspira em Zezé na luta por dias melhores enquanto mulher preta. “O encontro com Zezé Motta foi inspirador, principalmente numa perspectiva de raça. Ela me impulsiona enquanto mulher preta. Pra mim, é inegável a forma como ela me inspira a acreditar em dias melhores. Meu olhos brilharam vendo ela.”
Zezé Motta se mostrou muito grata ao convite para participar da primeira edição da FliConquista e deixou aberto a convites para a segunda edição. A artista encerrou a atividade com sua música chamada “Chega de Saudade”, mas, não adiantou, sentiremos saudade dessa artista incrível que é Zezé Motta, muito prazer, Zezé!
“Muito prazer, eu sou Zezé
Uma rainha, uma escrava, uma mulher
Uma mistura de raça e cor
Uma vida dura mas cheia de sabor”
O espetáculo de Zezé Motta fez parte da primeira edição da Feira Literária de Vitória da Conquista, e foi realizado na concha acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, às 20h30 desta sexta-feira (17), e reuniu cerca de dois mil pessoas . A programação da FliConquista, continua até este domingo (19).
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação da FliConquista é completamente gratuita.
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Texto: Vitor Barboza. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Fotos: Thiago Gama.