A cultura nordestina tem espaço, voz e traz muito orgulho para seu povo. Prova disso é a magnífica e simbólica apresentação do coletivo Pau de Arara, que cantou e encantou com muito cordel, rima e forró na Arena Literária da primeira edição da FliConquista.
“Quem canta seus males espanta”, assim o grupo cantou para espantar o preconceito, o ódio e a adversidade. Sandra Meira, vocalista do grupo, conta como foi a escolha das músicas para a apresentação. “Preparamos com muito carinho esse repertório, fizemos uma adequação ao tema da Feira que é a Liberdade junto à resistência. Pensamos e fizemos com vontade e empolgação, o Pau de Arara canta a liberdade o Pau de Arara canta a literatura”.
O vocalista da banda, Wellington Machado, expressou seu orgulho em declamar a palavra nordestina cantada, na primeira Feira Literária da cidade, “É importante que Vitória da Conquista inicie sua primeira feira, espero que dessas muitas outras possam vir, e, para nós, participar é de uma satisfação imensa, pois já estava na hora da cidade trazer pautas de tamanha importância como essa”.
O autônomo Helio Gomes estava presente no show e conta que acompanha há bastante tempo o Grupo Pau de Arara. “A feira está de parabéns, qualidade maravilhosa, espero que muitas outras venham a acontecer. Me sinto realizado assistindo ao grupo Pau de Arara, seu repertório e sua musicalidade são fenomenais”.
Nora Bittencourt, servidora pública, falou sobre a satisfação de poder viver e respirar cultura por meio da feira e por meio do grupo musical. “A primeira FliConquista é um presente pra todos nós. A cidade já estava sentindo falta desse encontro com a literatura, a reunião de pessoas interessadas em fazer da palavra um espaço de ponte, um espaço de troca de crescimento. Assistir a esse grupo maravilhoso, com esse repertório impecável, nos dá oportunidade de conhecer música de qualidade”.
No final da apresentação, Sandra Meira mencionou a cultura de África e suas raízes como parte fundamental da cultura nordestina, citando versos de Eduardo Boaventura. “Quero finalizar com uma música que traz uma pauta necessária, melodias como essa nos representam e nos impulsionam a começarmos desconstruir o preconceito contra o continente e o povo africano”.
“Acorrentada/ África Violentada/ África/ Por homens hipócritas/ África Negra-Menina-África/ Teus olhares de pérola/ Negritude tão cósmica/ África/ Os teus filhos são bravos/ Nunca mais ser escravos/ Pela rota do Atlântico/ África/ Tua beleza física/ Fez nascer essa força/ Do poder popular”.
A FliConquista é realizada pelo Coletivo Barravento, composto por professores, produtores culturais, intelectuais e entusiastas da literatura, e conta com a parceria do Studio Palma e o apoio da Fundação Pedro Calmón, Governo do Estado da Bahia e Governo Federal do Brasil. A programação é completamente gratuita.
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Texto: Edilaine Rocha. Parceria FliConquista, sob orientação de Paula Janay, e Avoador, produto laboratorial da disciplina Jornalismo Digital, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).
Fotos: Vinícius Brito.